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LUCY MONTORO: Coordenador admite que Jaú pode perder hospital

Fonte: www.comerciodojahu.com.br

O coordenador responsável pela Rede de Reabilitação Lucy Montoro em Jaú, Antônio Carlos de Camargo Andrade Filho, declarou ontem que existe o risco de perder o hospital da rede, que seria construído no Município, para outras cidades como Avaré, Botucatu ou Bauru.

Nesta semana, surgiram rumores de que o Hospital de Reabilitação Lucy Montoro não será construído em Jaú. Anteontem, o prefeito Rafael Agostini (PT) afirmou que Jaú doou área para construção da unidade sem ter a posse definitiva da gleba de terra.

“Existe o risco (de perder o hospital), é real. Você acha que uma cidade não gostaria de ter uma unidade dessas? Jaú pode perder um centro de reabilitação de primeiro mundo para outras cidades por falta de empenho de nossas lideranças, ao passo que Avaré, Bauru e Botucatu têm se empenhado de maneira suprapartidária”, afirma Camargo Filho.

Segundo Andrade Filho, há pouco empenho da administração municipal para lograr a construção do hospital. A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência confirmou ontem que aguarda posicionamento da Prefeitura para dar continuidade ao processo de implementação do hospital.

A assessoria ainda informa que, para abrir o processo licitatório de construção do Lucy Montoro, é necessário que a Prefeitura de Jaú se pronuncie sobre a cessão do terreno para o Estado. Caso contrário, a construção da unidade no Município fica suspensa.

A doação oficial do terreno para o Estado tem se arrastado há mais de um ano. Em dezembro do ano passado, a Câmara aprovou a cessão da área de 7 mil metros quadrados. Desde então, no entanto, a Prefeitura não deu resposta à secretaria de Estado sobre o assunto.

Obras

A previsão inicial era de que as obras do Hospital Lucy Montoro começassem em março de 2012. O terreno, de 7.045,29 metros quadrados fica localizado no Condomínio Frei Galvão, entre a Vila dos Comerciários e a rodovia SP-225, no trecho que liga Jaú a Brotas. 

Segundo Camargo Filho, o Lucy Montoro atendeu, no prazo de 18 meses, 1.516 pacientes que ficaram na fila de espera por órteses e próteses por cerca de dez anos. Para ele, é necessário deixar as questões político-partidárias e os entraves burocráticos de lado.

“Quando existe a possibilidade de termos melhora na assistência aos deficientes, vemos que estamos preocupados com burocracias de terrenos e questões relativas aos prefeitos. Temos que ver o que é mais necessário para a população. É só a Prefeitura colocar um escriturário para resolver o problema do terreno”, acrescenta Camargo Filho. (Flaviana de Freitas - Foto:: Tuca Melges – reprodução Comércio do Jahu) 

"Queremos regularizar a área", fala prefeito

Em entrevista ao Comércio na tarde de ontem, o prefeito Rafael Agostini (PT) afirmou que realmente o risco de perder o Hospital de Reabilitação Lucy Montoro é existente, mas que ocorre por conta do “amadorismo” da administração anterior.

Segundo Agostini, a Prefeitura enviou projeto de lei para a Câmara sem ter a escritura pública da área. Normalmente, o Estado não implementa nenhum programa em terreno cuja escritura pública não seja de posse municipal.

“A posição da administração anterior foi vergonhosa, a pessoa que mandou o projeto de lei para a Câmara não estava apta para exercer suas funções. Agora eu tenho de correr para consertar uma lambança que eles fizeram”, diz Agostini.

Sobre a cobrança da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência em relação à resposta da Prefeitura de Jaú, Agostini comenta que o Município enviou posicionamento sobre a real situação do terreno por meio de ofício.

“O procedimento de regularização demora certo tempo, inclusive a lei que foi aprovada pela Câmara é nula. Agora temos de arrumar a situação e enviar projeto para o Legislativo novamente. Queremos regularizar a área, mas existe o tempo natural das coisas”, acrescenta o prefeito.

Anteontem, o ex-secretário de Relações Institucionais no governo de Osvaldo Franceschi Junior (PV), Cristiano Madella Tavares, relatou que o projeto foi submetido à Câmara após a devida emissão de matrícula de posse da área. (FF - Comércio do Jahu)

 
 
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