Os funcionários da Saúde que atuam nos hospitais de Base, Estadual, Maternidade Santa Isabel e Ambulatório Médico de Especialidades (AME) decidiram cruzar os braços a partir desta quinta-feira (10), às 7h. A decisão por entrar em greve foi tomada em assembleia realizada pelo Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem e Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Bauru e Região (SindSaúde) na última quinta-feira (3).
A categoria aponta que a Famesp, responsável por gerir as unidades, teria retirado a terceira folga e outros benefícios. A Fundação critica a medida e alega que as negociações ainda não haviam sido encerradas.
O sindicato cita que, dos 2.500 trabalhadores que atuam em todas as unidades de Saúde, pelo menos 70% devem aderir ao movimento. Afirma, ainda, que manterá 30% dos funcionários trabalhando. Em setores de urgência e alas como oncologia e UTI, este percentual será maior.
Advogado do SindSaúde, Evandro de Oliveira Garcia alega que, em plena tratativa das negociações coletivas 2018-2019, a Famesp teria decidido, unilateralmente, subtrair e reduzir cláusulas e condições benéficas asseguradas à categoria ao longo de 13 anos de celebração de acordos coletivos com o sindicato, caracterizando recusa em negociar.
Segundo Garcia, a Fundação teria retirado a terceira folga; reduzido 5% do adicional noturno (de 45% para 40%); retirado o ticket alimentação de quem cumpre jornada de 6 horas; além de excluir o quinquênio e os 10% de adicional referentes aos setores especializados. "Eles também tiraram o plano odontológico".
PROPOSTA
Portanto, a proposta enviada à Famesp prevê reajustes salariais de 100% do INPC e 3,5% de aumento real; 5% no quinquênio; adicional noturno em 45% (mantendo o atual) e os 10% sobre o salário base de adicional referentes aos setores especializados.
Além disso, a categoria pede auxílio-refeição de R$ 25,00 por dia de trabalho para todos os trabalhadores (hoje, recebem somente quem atua no Base e na Maternidade); aumento do auxílio-alimentação (vale-compra) de R$ 330,00 para R$ 650,00 e auxílio-creche de R$ 180,00 para R$ 300,00.
O sindicato diz ter notificado a Famesp sobre a greve, por e-mail, em 4 de maio e, no dia seguinte, através dos Correios. Em 2017, a categoria parou por 55 dias. A ação judicial da paralisação passada ainda aguarda determinação do juiz.
OUTRO LADO
Em nota, a Famesp informa que respondeu ao ofício do SindSaúde no dia 7 de maio, destacando que recebeu de forma surpreendente a notificação de greve, já que estão em curso as negociações coletivas 2018-2019 e ainda não foram encerradas as providências para a celebração de instrumentos normativos.
"A conduta de deflagrar greve no curso das negociações coletivas se contrapõe à pretensão externada em notificação do próprio sindicato de que a negociação coletiva de trabalho de boa-fé, com equilíbrio, bom senso e resultados é a melhor alternativa".
Diz ainda que elaborou nova proposta de aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para envio ao SindSaúde ainda nesta data e espera que possa ser apreciada pelos trabalhadores.
"Por fim, a Famesp reafirma que todas as medidas tomadas até o momento visam ao equilíbrio e à saúde financeira dos serviços estaduais sob sua gestão", finaliza.