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 Mesmo com a aprovação da PEC da Enfermagem no plenário da Câmara dos Deputados na semana passada, ainda não foi definido de onde vai sair o dinheiro para bancar o projeto de lei entregue para sanção do Presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). O custo total, porém, já foi estabelecido: serão R$ 16,3 bilhões para garantir o valor mÃnimo de salário da categoria.
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Diante disso, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) pede que as autoridades revisem o projeto e incluam a fonte de custeio para o piso de profissionais da enfermagem. Para o diretor-executivo da entidade, Antônio Britto, há muita preocupação entre os hospitais particulares e as Santas Casas que não possuem verbas suficientes para cumprir o piso.
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“Nenhum de nós discute o mérito da enfermagem, mas o fato é que foi criada uma despesa sem nenhuma palavra de onde deve sair o dinheiro. Então esse é o cenário que nós estamos levando para conhecimento do governo. Mostrando o custo, mostrando as promessas não cumpridas pela Câmara, e a impossibilidade de se fazer o pagamento, especialmente nas Santas Casas e nos hospitais pequenosâ€, afirmou o diretor.
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Recurso pode vir de PEC dos BenefÃcios
A relatora da PEC aprovada na semana passada, deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), afirmou que o piso pode ser pago através de recursos obtidos através de medidas como desoneração da folha, legalização dos jogos, royalties do petróleo, lucro das estatais e saldo não utilizado dos recursos previstos na PEC do Estado de Emergência (PEC 15/22).
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No entanto, nenhuma dessas medidas foram incluÃdas no texto final da emenda constitucional promulgada na semana passada. O diretor-executivo da Anahp lembra que a inclusão da fonte, juntamente com a aprovação da PEC da Enfermagem, era uma promessa do legislativo, que não foi cumprida.
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“Na medida em que isso não foi cumprido, nós ficamos em uma situação de grande instabilidade, porque o projeto é para hoje. Mas quem pode garantir para quando será a indicação das receitas?â€, ressaltou.
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“Nós estamos criando uma bola de neve, que em última análise vai estourar em cima do SUS e dos planos de saúdeâ€, complementou, ainda, o executivo.
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O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), não comentou sobre a inclusão da fonte de custeio do piso, mas ressaltou que fará “o melhor†para que a emenda constitucional seja sancionada.
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“A gente vai ter quinze dias para ver a questão do piso dos enfermeiros e parteiros de todo o Brasil. A orientação veio do Queiroga no tocante disso. Ele vai me orientar no que devo fazer. A tendência é sancionar esse programa, então, tudo tem consequência para um lado ou para o outro. Vamos fazer o que for melhor, da nossa parteâ€, disse Bolsonaro em visita à Santa Casa de Juiz de Fora, na última sexta-feira (15/7).
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Já o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ressaltou que as medidas propostas pela relatora Carmen Zanotto, para custear o piso, ainda são incertas. “Esses assuntos, uns estão dependendo do Senado e outros não começaram ainda. Então, a enfermagem já avançou muito com a aprovação da PEC 11, que dá constitucionalidade, mas os problemas da fonte permanecemâ€.
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O Projeto de Lei 2564/2020 foi enviado para sanção do presidente Bolsonaro na última sexta-feira (15). Com isso, o chefe do executivo tem, ainda, nove dias para sancionar o texto.
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Fonte: Correio Brasiliense