O ministro do Trabalho Luiz Marinho disse na reunião com o presidente Lula (PT), representantes da CUT e mais nove centrais sindicais, no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quarta-feira (18), que o salário mínimo no valor de R$ 1.302 será mantido até o mês de maio. Segundo ele, esse é prazo necessário para que o governo e as centrais sindicais cheguem a um acordo sobre as formas de valorizar o piso nacional.
“É preciso ter consciência que esta valorização do salário mínimo será feita pelo conjunto de governo com os ministérios do Planejamento, da Fazenda, da Casa Civil, da Indústria e Previdência, que estão presentes no está grupo de trabalho”, disse Marinho.
Segundo ele, é preciso respeitar a previsibilidade da economia porque é importante para o empresariado, os prefeitos, os governadores e para o governo federal.
“Esse é o processo que nós vamos construir porque nós já fizemos uma vez e sabemos que é plenamente possível fazer de novo”, disse Marinho.
“A orientação do presidente Lula”, prosseguiu o ministro, “é não ter ‘canetaço’, é ter construção, entendimento e não tem imposição de governo no campo das relações do trabalho”.
“Nós vamos construir entendimentos e consensos de forma que a gente possa fortalecer o trabalho, a classe trabalhadora e, acima de tudo, retomar o processo vigoroso de geração de emprego, de oportunidade”, concluiu o ministro do Trabalho.
Trabalhadores de aplicativo
O ministro do Trabalho comparou a situação de trabalhadores de aplicativos com a de escravos.
“Nós acompanhamos a angústia dos trabalhadores de aplicativos, que muitas vezes têm que trabalhar 14h, 16h por dia para poder levar pão e leite para casa. Isso, no meu conceito de trabalho, beira o trabalho escravo", disse Marinho.
Na terça-feira (17), motoentregadores tiveram a primeira reunião com o governo federal, representado pelo secretário de economia solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, Gilberto Carvalho. Segundo o presidente da Amabr (Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil), Edgar Francisco da Silva, o governo reconheceu a necessidade de legitimar os entregadores na discussão de regras para os aplicativos.
A paralisação entregadores programada para o próximo dia 25 foi supensa.
Fonte: Rosely Rocha | Editado por: Marize Muniz / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 18/01/2023