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 Seu caráter social e democrático deve ser valorizado e validado
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Promulgada há 35 anos, a Constituição de 1988 iniciou o mais longo perÃodo democrático no Brasil, garantindo a consolidação das instituições e da representatividade. É uma Carta de profunda inspiração, que reflete a paixão dos que lutaram por um paÃs mais justo e livre do entulho autoritário da ditadura militar.
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Nela os direitos trabalhistas foram aprimorados. Trabalhadores rurais foram plenamente equiparados aos trabalhadores urbanos, foi criado o seguro desemprego, o salário mÃnimo foi unificado, foi reduzida a jornada de trabalho de 48 para 44 horas, ampliada a licença maternidade e a licença paternidade, estabelecidas férias remuneradas e direitos trabalhistas a empregados domésticos.
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Os sindicatos foram fortalecidos através do reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho e da autonomia sindical e liberdade de organização, estendida aos servidores públicos. Além disso, a unicidade sindical, o sistema confederativo, a Contribuição Sindical e outras fontes de sustentação da luta sindical foram mantidos.
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Destacamos também o reconhecimento e proteção dos direitos dos povos indÃgenas, incluindo a demarcação de terras, a introdução dos princÃpios e regras para a proteção do meio ambiente e, principalmente, a criação de um sistema de saúde público avançado acessÃvel a todos os brasileiros e brasileiras, independentemente de renda ou status social: o Sistema Único de Saúde (SUS).
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Forjada no fogo de profundas divergências e batalhas, forças conservadoras e reacionárias conseguiram barrar avanços ainda maiores, impedindo, entre outras coisas, a jornada semanal de 40 horas, o pleno reconhecimento dos direitos das empregadas domésticas e a reforma agrária.
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Mas seu caráter social sobressai e marca um novo tempo para a história do Brasil. A precisão e profundidade com que cada artigo foi inscrito garantiu a firmeza de seus propósitos civilizatórios e valeu à Carta o sugestivo apelido de Constituição Cidadã, criado pelo presidente da Câmara e da Constituinte, Ulysses Guimarães.
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Em seus 35 anos, a Constituição Cidadã se mantém firme, imune à ataques golpistas e a tentativas de desmontes por setores herdeiros do atraso. Ela deve ser constantemente aprimorada, valorizada e validada. A Constituição é um guia para a construção da democracia, da convivência social e do respeito e dignidade para todos e por todos.
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São Paulo, 05 de outubro de 2023
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Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
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Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
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Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
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Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
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Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
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Antonio Neto, Presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros)
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Nilza Pereira, secretária geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
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José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor
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Fonte:Â Assessoria de Imprensa - 05/10/2023