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Misoginia, assédio sexual e moral: a realidade diåria das mulheres no trabalho


22/03/2024

 

 

 O mĂȘs de março dedicado Ă s mulheres em que muitos ainda acreditam que basta dar flores e bombons no 8 de março para se redimirem das suas atitudes no dia a dia, em que as colocam em posição de inferioridade intelectual, as desestimulam a crescer profissionalmente e delegam a elas as tarefas domĂ©sticas, Ă© muito mais do que receber presentes. É Ă©poca de luta por igualdade, direitos e justiça.

 
O FĂłrum das Mulheres, do qual a CUT faz parte, elencou trĂȘs os focos de combate Ă  violĂȘncia: “Educação Sem ViolĂȘncia de GĂȘnero: pela promoção de uma sociedade livre de discriminação de gĂȘnero e violĂȘncia e por um ambiente seguro e igualitĂĄrio”;
 
“Defesa da Vida: pela proteção e preservação da vida das mulheres, em todas as suas dimensĂ”es, seja no trabalho, na saĂșde, na segurança, ou em situaçÔes de risco, promovendo polĂ­ticas e açÔes que garantam a integridade das mulheres” e;
 
“Combate ao AssĂ©dio Moral no Local de Trabalho: Por um local de trabalho decente” 
 
Este Ășltimo item Ă© extremamente necessĂĄrio atĂ© pelo nĂșmero de denĂșncias que o MinistĂ©rio PĂșblico do Trabalho (MPT) recebe, e a cada ano aumenta. Em 2022 foram 787 denĂșncias de violĂȘncia ou assĂ©dio sexual; quase dobrou no ano seguinte: 1.437 e atĂ© 6 de março deste ano o nĂșmero chegou a 241.
 
No mesmo perĂ­odo o ĂłrgĂŁo recebeu 65 denĂșncias de discriminação de gĂȘnero no trabalho, o que representa uma por dia. Em todo o ano de 2023 foram 417. No ano anterior (2022), o nĂșmero foi bem menor: 269 no total.
 
A vice-coordenadora nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho, a procuradora Danielle Olivares CorrĂȘa, que atua no setor hĂĄ quase 10 anos dos 15 anos em que trabalha como procuradora, conta que o combate a todo tipo de assĂ©dio no trabalho Ă© uma das atuaçÔes mais importantes do MPT.  Segundo ela, as situaçÔes de assĂ©dio moral envolvem homens e mulheres, mas que 99% dos assĂ©dios sexuais as vĂ­timas sĂŁo mulheres.
 
“Sempre existiram esses tipos de violĂȘncia, mas agora eu acho que os trabalhadores estĂŁo mais informados, eles tĂȘm uma condição melhor de identificar a situação de violĂȘncia pelas quais estĂŁo passando e sabem qual Ă© o canal de denĂșncia que podem utilizar. EntĂŁo, a gente acredita que a sensibilização social, quanto ao tema, ajuda a que entendam que eles estĂŁo passando por uma situação de assĂ©dio e recorram aos ĂłrgĂŁos competentes de fiscalização e controle”, conta a procuradora.
 
É a partir das denĂșncias que o ĂłrgĂŁo pode abrir um inquĂ©rito civil, e acionar a empresa pedindo que ela tome providĂȘncias por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
 
“No TAC colocamos uma sĂ©rie de obrigaçÔes de fazer, e nĂŁo fazer, da empresa para prevenir situaçÔes de assĂ©dio dentro do ambiente laboral. Por exemplo, que a empresa tenha uma gestĂŁo voltada ao combate Ă  prĂĄtica de toda forma de violĂȘncia e assĂ©dio, treinamentos com funcionĂĄrios para eles identificarem essa situação, criação de canais de denĂșncias internos dentro da empresa, em que se assegure o sigilo do denunciante; que de fato esse canal leve a um comitĂȘ gestor que possa fazer uma investigação e dar uma solução adequada para cada caso. A empresa que decide a penalidade ao assediador que pode ser, demissĂŁo, advertĂȘncia ou suspensĂŁo. O que o MPT exige Ă© que a empresa crie uma polĂ­tica de combate a toda forma de violĂȘncia e assĂ©dio”, explica Danielle.
 
A procuradora cita como exemplos de assédio, que muitas vezes o trabalhador não identifica, as metas inalcançåveis e que ele pode fazer o trabalhador se sentir incompetente e até adoece por não conseguir atingi-las. 
 
“SĂŁo formas de assĂ©dio que precisam ser identificadas, e o trabalhador muitas vezes Ă© nĂŁo faz a denĂșncia por medo de perder o emprego mesmo, mas o MPT recebe todo tipo de denĂșncia, inclusive, a anĂŽnima”, diz Danielle.
 
Ela recomenda que ao fazer a denĂșncia o trabalhador coloque todos os fatos ocorridos com o maior detalhamento possĂ­vel; o setor que ocorreu; nomes dos assediadores, datas e a postura da empresa diante do fato.
 
“Os entes sindicais tĂȘm um papel muito importante nesse sentido de tambĂ©m colher essas denĂșncias e ajudar nas investigaçÔes para que a gente possa trabalhar em conjunto no combate a esse tipo de prĂĄtica”, afirma.
 
Convenção NÂș 190 da OIT
 
A Organização Mundial do Trabalho (OIT), estabeleceu novas normas globais com o objetivo de acabar com a violĂȘncia e o assĂ©dio no mundo do trabalho.  A Convenção de nÂș 190 da OIT Ă© o primeiro tratado internacional a reconhecer o direito de todas as pessoas a um mundo de trabalho livre de violĂȘncia e assĂ©dio, incluindo violĂȘncia e assĂ©dio com base em gĂȘnero. 
 
O Governo Lula (PT), enviou em março do ano passado, Ă  CĂąmara dos Deputados o texto da Convenção 190 sobre a Eliminação da ViolĂȘncia e do AssĂ©dio no Mundo do Trabalho (MSC 86/23). O tratado sĂł entra em vigor no Brasil apĂłs aprovação pelas duas Casas do Congresso Nacional. No entanto, a convenção ainda nĂŁo foi aprovada.
 
Para a secretĂĄria da Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional, Amanda Corcino. a lei sĂł nĂŁo foi aprovada porque temos um Congresso muito conservador.
 
“É preciso tramitar para que vire uma lei de fato, e a gente possa resguardar os trabalhadores e as trabalhadoras, principalmente da violĂȘncia e do assĂ©dio dentro do ambiente de trabalho, para que nĂŁo escale para outros tipos de violĂȘncia tambĂ©m. Mas, infelizmente para o nosso Congresso isso nĂŁo Ă© prioridade”, lamenta a dirigente.
 
Empoderamento
 
A procuradora do MPT defende que as mulheres precisam se empoderar no sentido de nĂŁo admitir nenhuma forma de desrespeito no ambiente de trabalho, e que elas podem fazer a denĂșncia para que o caso serĂĄ investigado porque o respeito interpessoal, respeito pela mulher, ele tem que existir em todo lugar. Muito ainda mais dentro de uma empresa, onde a pessoa estĂĄ trabalhando, estĂĄ produzindo. Ela precisa ser respeitada como profissional e nĂŁo ser vista como um objeto.
 
“A discriminação contra a mulher precisa ser combatida de todas as formas. É muito importante que quando a mulher se se veja numa situação em que ela, a intimidade dela, por algum motivo foi violada por conta de uma situação abusiva, de assĂ©dio sexual, ela tem sim que fazer essa denĂșncia porque Ă© atravĂ©s desse tipo de atitude que a gente vai combater esse tipo de prĂĄtica”, diz.
 
Meu recado Ă s mulheres Ă© para que elas se empoderem e denunciem quando se virem numa situação de violĂȘncia e de afeto- Danielle Olivares CorrĂȘa
 
Fonte:  Rosely Rocha- CUT / Foto: Roberto Parizotti - 20/03/2024
 
 
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