Segue alto o índice dos aumentos reais nas negociações coletivas. A avaliação é do Dieese, que publica o boletim mensal “De Olho nas Negociações”.
O informativo de março mostra que 85,7% das negociações obtiveram ganho real. Abaixo da inflação, 4,4%. Em fevereiro, negociações inferiores ao INPC haviam ficado em 4,7%.
Razões – A Agência Sindical ouviu o economista e professor Rodolfo Viana. Ele responde pela subseção do Dieese no Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.
Para o economista, vários fatores ajudam a estimular esse ciclo positivo. “Sem dúvida, o aumento real do salário mínimo tem um peso fundamental, por aquecer a economia e ajudar a jogar para cima muitos Pisos salariais”, afirma.
Mas o fator fundamental, explica Rodolfo Santana, “foi a mudança de governo a partir de 2023, com o compromisso de retomar o desenvolvimento econômico e implementar políticas públicas efetivas, como a retomada do PAC, por exemplo”.
Segundo o professor, o aumento no PIB e o crescimento da economia, assim como a inflação controlada, ajudam o sindicalismo nas campanhas salariais. Ele também aponta um clima de mais segurança para os negócios e investimentos no Brasil.
O cenário positivo no País, aponta o economista, estimula o sindicalismo a sair da defensiva a que se obrigou nos governos Temer e Bolsonaro. A reestruturação do Estado, inclusive com a presença sindical nos Conselhos da República, valoriza e dá voz à instituição sindical.
Estado – As políticas públicas ajudam a economia e na distribuição de renda. Também contribui o aumento dos investimentos públicos. “Em 2023, esse aumento foi significativo”, comenta Rodolfo Viana.
Mas há espaço pra crescer. Para o economista do Dieese, “uma vez rompida a imposição defensiva provocada pelos governos que nos agrediam, agora o sindicalismo retoma um papel mais ativo e propositivo”, o que é vantajoso para a classe trabalhadora.
Fonte: AgÊncia Sindical