O Brasil vai presidir e receber, neste ano, a Cúpula do G20, fórum de cooperação econômica que reúne lideranças das maiores economias do planeta. O encontro representa a conclusão dos trabalhos, momento em que chefes de Estado e de Governo aprovam os acordos negociados ao longo do ano, e apontam caminhos para lidar com os desafios globais. A reunião de lideranças está agendada para os dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro, com a presença de 19 países membros, mais a União Africana e a União Europeia.
O evento terá como tema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”. Segundo a organização, o encontro vai ser dividido em três eixos prioritários: combate à fome e à pobreza; mudança climática e desenvolvimento sustentável; e reforma das instituições multilaterais.
Antes do encontro entre os líderes de governo dos países participantes, acontece, nos dias 14, 15 e 16, a Cúpula do G20 Social, evento inédito, criado pela presidência brasileira do G20, com o objetivo de ampliar a participação social nos processos de debate para decisões da Cúpula dos Líderes. As Centrais Sindicais, entre elas a UGT, vão participar deste encontro, apresentando ideias e contribuindo para o debate.
“Incluir outros agentes, como as Centrais Sindicais, neste debate aprofunda e dá abrangências às discussões pois agrega uma visão social mais apurada, apresentada por quem conhece de perto a realidade dos trabalhadores brasileiros e todas as questões que cercam as relações de trabalho no país”, comenta o presidente da UGT-SP, Amauri Mortágua
“A presidência brasileira inovou ao criar mais um Grupo de Engajamento, espaço para a mobilização de contribuições de atores não-governamentais, contando inclusive com um espaço digital de participação”, analisa o sociólogo Clemente Ganz Lúcio, coordenador do Fórum das Centrais Sindicais. “No encontro do G20 Social, realizado em agosto no Rio de Janeiro, apresentei quatro propostas das Centrais Sindicais para enfrentar e superar a pobreza, a fome e a desigualdade a partir do mundo do trabalho”, acrescenta o especialista.
De acordo com ele, essas propostas consideram problemas historicamente presentes na realidade do mundo do trabalho, entre eles informalidade, precarização, vulnerabilidade, rotatividade, insegurança, falta de proteção trabalhista e previdenciária, entre outros. “De forma prospectiva, essas propostas também levam em conta três grandes movimentos em curso, que terão altíssimo impacto sobre o mundo do trabalho: a crise ambiental e a emergência climática; a inovação tecnológica, digitalização e inteligência artificial; e a retomada de estratégias de industrialização das maiores economias, revertendo as dinâmicas da globalização. Esses três movimentos podem agravar ainda mais os problemas já acumulados no mundo do trabalho, ampliando a pobreza e as desigualdades. Contudo, se encarados estrategicamente, podem se transformar em oportunidades para enfrentar e superar esses desafios”, defende o sociólogo, em artigo publicado na página eletrônica da Rede Estação Democracia (RED).
FONTE: UGT-SP