As recentes revelações da Polícia Federal sobre o plano terrorista que ameaçava a vida do Presidente Lula, do Vice-Presidente Geraldo Alckmin e do Ministro Alexandre de Moraes são alarmantes e inaceitáveis. Em nome da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, manifesto minha indignação e repúdio a mais este ataque contra o estado democrático de direito e seus representantes.
Esse plano terrorista expõe a face sombria de um extremismo que ganhou força nos últimos anos, alimentado pelo bolsonarismo e por uma extrema direita que destila ódio e violência. Esse movimento tem desestabilizado o Brasil, um país que, apesar de seus problemas com violência e desigualdade, sempre se destacou por sua natureza pacífica e sua convivência democrática.
A ascensão dessa narrativa extremista nos trouxe tragédias que chocaram o país. Entre elas, o brutal assassinato de Marcelo Aloizio Arruda, morto em sua própria festa de aniversário com temática em homenagem ao presidente Lula; o assassinato do Mestre de capoeira Moa do Katendê, esfaqueado após declarar que havia votado no PT; os ataques terroristas de 8 de janeiro de 2023, que deixaram marcas profundas no cenário político brasileiro; e os atos desesperados de pessoas como Francisco Wanderley Luiz, que tentou explodir o STF, e sua ex-esposa, Daiane Dias, que ateou fogo no próprio corpo e na casa de seu ex-companheiro.
Esses não são episódios isolados. São parte de um enredo doentio que nega a pluralidade de ideias e usa o ódio e a força como instrumentos de ação política. Essa ideologia não apenas ameaça a democracia, mas também promove uma cultura de violência que se torna um perigo para todos os brasileiros.
A tentativa de relativizar o acontecimento, como fez o senador Flávio Bolsonaro ao afirmar que "pensar em matar não é crime", é profundamente preocupante. Não estamos falando de ações ingênuas ou inofensivas, mas de algo planejado por funcionários públicos ligados às forças armadas, pessoas chanceladas pelo Estado, treinadas e com acesso a armamentos bélicos. É inadmissível tratar essa conspiração contra a democracia e a vida de líderes do país como algo menor.
Para ilustrar a gravidade, imaginemos um cenário hipotético: a polícia invade uma casa onde ocorre uma reunião para planejar o roubo de um banco. Diríamos que "não é crime" porque o ato ainda não foi consumado? É claro que não. O planejamento de um crime, somado à organização e intenção, configura delitos graves como formação de quadrilha e conspiração.
A impunidade ou anistia a golpistas não é uma opção. Se não houver punições exemplares, criaremos um precedente perigoso, incentivando novas ações contra a democracia. É preciso deixar claro que nenhuma ameaça ao Brasil será tolerada, e que as leis do país serão aplicadas com todo o rigor necessário.
Precisamos de união e vigilância constante para combater o extremismo e proteger nossas instituições. O Brasil deve ser um país de liberdade, respeito e convivência pacífica, onde o diálogo e a justiça prevaleçam sobre o ódio e a violência. Que esses episódios sejam uma lição e um marco para reforçar a importância de defendermos, juntos, o nosso estado democrático de direito.
Ricardo Patah - Presidente nacional da UGT