As mudanças no Imposto de Renda anunciadas pelo Governo Federal representam um avanço histórico para a classe trabalhadora, mas o verdadeiro desafio está no Congresso Nacional. Roberto Santiago, presidente da FEMACO e vice-presidente da UGT Nacional, destacou que a aprovação do projeto depende diretamente da mobilização dos sindicatos e da pressão popular. Sem isso, há o risco de a proposta ser alterada e perder seu caráter de justiça social.
“Essa reforma é uma vitória para o trabalhador, mas ela ainda precisa ser garantida. O Congresso é um terreno de negociações, e sabemos que os interesses das elites econômicas tentarão enfraquecer a proposta. Sem a mobilização dos sindicatos, o trabalhador corre o risco de ver mais uma oportunidade histórica escapar pelas mãos”, alertou Santiago.
Sindicatos como protagonistas da luta
Para Santiago, o papel dos sindicatos vai além de apenas apoiar o projeto. Ele afirmou que as entidades sindicais precisam estar na linha de frente, garantindo que os parlamentares sintam a pressão da base trabalhadora.
“O movimento sindical não pode ser espectador neste momento. Precisamos estar organizados, dialogar com deputados e senadores, e, se necessário, ocupar as ruas para mostrar que os trabalhadores não aceitarão retrocessos. Essa luta exige união e determinação, porque o outro lado já está articulado”, disse.
Santiago lembrou que a proposta, ao ampliar a faixa de isenção para R$ 5.000 e taxar rendimentos elevados, como lucros e dividendos acima de R$ 50.000, enfrenta forte resistência de setores que sempre buscaram manter seus privilégios.
“Não há dúvidas de que haverá tentativas de desfigurar o projeto. Se os sindicatos não se mobilizarem, o trabalhador, que deveria ser o maior beneficiado, pode acabar sendo o mais prejudicado. O Congresso precisa sentir o peso da nossa voz”, enfatizou.
A mobilização popular é fundamental
Além de alertar os sindicatos, Santiago destacou a importância de envolver a população nesse processo. Segundo ele, é essencial que os trabalhadores entendam o impacto da proposta em suas vidas e exijam de seus representantes no Congresso a aprovação sem alterações prejudiciais.
“Essa reforma não é apenas técnica, ela é sobre a vida real das pessoas. É o dinheiro que vai para a comida, a escola dos filhos, o pagamento das contas. É preciso que o trabalhador saiba disso e cobre dos parlamentares. Sem a pressão popular, o projeto pode ser capturado por interesses que não representam a maioria”, afirmou.
Unidade e ação para garantir a vitória
Santiago reforçou que este é um momento de união entre as entidades sindicais e os trabalhadores de todo o país. Para ele, a reforma do Imposto de Renda não pode ser encarada como uma concessão do governo, mas como uma conquista que precisa ser defendida a cada etapa do processo legislativo.
“Essa é uma luta que só será vencida com unidade e mobilização. Se relaxarmos agora, corremos o risco de ver todo esse avanço se perder. Os sindicatos têm uma responsabilidade histórica: garantir que essa reforma chegue intacta às mãos do trabalhador. É hora de agir, e agir com força”, concluiu Santiago.
Fonte: UGT