A elevação da taxa Selic de 11,25% para 12,25%, anunciada nesta quarta-feira (11/12) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), é um golpe severo na economia brasileira. Essa alta, a maior desde fevereiro de 2022, ocorre em um momento de crescimento econômico consolidado e baixa histórica no desemprego.
No terceiro trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,9%, reforçando a posição do Brasil como a 9ª maior economia do mundo, com PIB de US$ 1,02 trilhão. A taxa de desemprego, de 6,2% no trimestre encerrado em outubro, é a menor em anos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Esses números evidenciam uma economia em recuperação e um mercado de trabalho aquecido.
No entanto, a decisão do Copom de elevar os juros é injustificável e prejudicial. A Selic é um instrumento importante para controlar a inflação, mas usá-la de forma excessiva em um momento de estabilidade inflacionária é um crime contra a economia nacional. Juros altos encarecem o crédito, sufocam o consumo e desestimulam investimentos produtivos, impactando diretamente o trabalhador brasileiro.
Como presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), vejo essa decisão como um obstáculo ao crescimento sustentável e à geração de empregos de qualidade. A política monetária deve estar alinhada ao desenvolvimento social e econômico, priorizando o equilíbrio entre controle da inflação e estímulo ao crescimento.
O Brasil não pode continuar refém de uma visão economicista que desconsidera os impactos sociais das decisões de política monetária. É urgente uma mobilização das centrais sindicais e da sociedade para que o Banco Central repense essa política de juros elevados. Apenas com uma economia forte, inclusiva e dinâmica, seremos capazes de avançar na construção de um país mais justo para todos os brasileiros.
Por Ricardo Patah - presidente UGT