O Sinsaúde Campinas e Região e a Federação Paulista da Saúde representaram a categoria nos principais eventos políticos e sindicais ocorridos em países da América e Europa, em 2024. Atividades realizadas na Argentina, Honduras e Hungria debateram e contribuíram para o avanço das políticas públicas para mulheres e jovens trabalhadores.
“Nossos diretores, que representam tanto a Federação quanto o Sinsaúde, levaram na bagagem a história de 86 anos do nosso Sindicato na luta pelos direitos dos trabalhadores e trocaram experiências com entidades de diversas partes do mundo”, avalia a presidente do Sinsaúde, Sofia Rodrigues do Nascimento.
Para Édison Laércio de Oliveira, presidente da Federação, a experiência da entidade que preside e do Sinsaúde, que presidiu por mais de 30 anos, servem de modelo e estímulo para outras entidades no mundo. “Nestas atividades é possível aprender sobre as diferenças das culturas, mas também que a luta dos trabalhadores por direitos e melhores condições de vida é igual e solidária”, afirma.
Argentina
O Sinsaúde participou da 6ª Conferência UNI Américas Juventude, organizada pela UNI Global Union, em Córdoba, na Argentina, entre os dias 2 e 7 de dezembro. Representado pela secretária-geral, Bianca Ariadny, que defendeu pautas de interesse da juventude trabalhadora da América Latina e Caribe.
O evento reuniu lideranças sindicais para debater e ratificar a Convenção C190 e a Recomendação R206, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), instrumentos para combater a violência e assédios no trabalho, além da capacitação de jovens e a construção de ambientes laborais mais justos, inclusivos e seguros.
“Nossa missão, enquanto sindicalistas, é garantir que as vozes dos jovens trabalhadores sejam ouvidas e que suas condições de trabalho sejam transformadas. Isso passa pela implementação de mecanismos de denúncia efetivos, pela proteção das vítimas e pela conscientização coletiva para eliminar a violência como prática normalizada nos ambientes de trabalho”, destacou Bianca.
Argentina, La Falda
A 7ª Conferência Regional de Mulheres da UNI Américas, realizada em La Falda, Argentina, atraiu mais de 180 mulheres líderes sindicais de mais de 17 países. Sob a bandeira da solidariedade e ação, as participantes se reuniram para analisar os desafios enfrentados pelas mulheres no local de trabalho e elaborar estratégias para quebrar barreiras para alcançar a igualdade de gênero.
A presidente do Sinsaúde Jaú e Região, Edna Alves, foi debatedora em mais de uma mesa. Em uma delas, falou sobre a saúde mental do trabalhador, os males que acarreta quando o profissional passa por tormentos psicológicos e citou ações e iniciativas positivas desenvolvidas no sindicato da categoria. Edna é integrante da diretoria da Federação Paulista da Saúde, como vice-presidente.
Honduras
O 2º Encontro Continental da Juventude Trabalhadora das Américas, realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, contou com a participação da vice-presidente do Sinsaúde e diretora de Relações Públicas da Federação Paulista da Saúde, Juliana Machado, que também é secretaria nacional da juventude da UGT (União Geral dos Trabalhadores). A abertura do evento foi realizada na Universidade Nacional Autônoma de Honduras (UNAH), em San Pedro Sula.
Jovens líderes sindicais de todo o continente discutiram questões fundamentais sobre democracia, justiça social, trabalho decente, a importância do fortalecimento dos sindicatos como defensores da democracia e dos direitos humanos. "Foi a construção de um projeto coletivo de transformação social. A juventude tem o poder de reimaginar o sindicalismo e liderar a luta por justiça social em todo o continente", afirmou.
Entre os debates estava a participação da juventude na política mundial, a igualdade de gênero, a violência contra a mulher, e a necessidade de promover um sindicalismo feminista, livre, interseccional e inclusivo.
Budapeste, Hungria
A histórica cidade de Budapeste, da Hungria, sediou a Conferência Mundial da UNI Care Global Union sobre a regulamentação da atividade de “cuidador” como profissão, denominada “Juntos cuidamos de nós mesmos”. A expressão Cuidador é o equivalente ao profissional da enfermagem no Brasil, que em diversos países não é regulamentado.
O encontro, ocorrido entre 15 e 19 de novembro, também discutiu a influência das empresas multinacionais de saúde no mercado de trabalho. Representaram a categoria a vice-presidente do Sinsaúde e diretora da Federação, Juliana Machado, o diretor Jurídico do Sinsaúde e segundo-tesoureiro da Federação, Paulo Gonçalves, e a diretora sindical Regiane Amaro Teixeira.
O convite foi feito pela UNI Américas, seção da UNI Global Union que abrange países das Américas e integra uma federação internacional representante de sindicatos de trabalhadores de diversos segmentos, como serviços, indústrias e comércios, presentes em cerca de 150 países.
O diretor Paulo explica que a participação do Sinsaúde e da Federação no evento foi além de debater as condições de trabalho da enfermagem no Brasil, mas também abrir uma discussão sobre a regulamentação da profissão de cuidador de idosos, hoje feita sem critérios técnicos.
“A regulamentação existente para o cuidador de idosos é por meio do Estatuto do Idoso, por isso, é comum o trabalhador ser contratado como empregado doméstico. Estimulamos as denúncias e a participação do trabalhador junto à luta pela regulamentação”, disse. O Sinsaúde e a Federação, com o apoio dos deputados Sâmia Bomfim e Jorge do Carmo, trabalham na elaboração de um projeto de regulamentação da profissão.
A diretora Regiane disse que a luta pela regulamentação da profissão de cuidador é mundial e exige esforço em conjunto entre os países.
“A regulamentação específica exigiria a formação educacional, o que qualificaria a assistência. Isso é bom para quem trabalha como cuidador e para quem é atendido”, ressaltou Regiane.