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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (18) que a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês vai, na prática, significar uma renda extra equivalente a um salário a mais por ano.
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“Nós fizemos as contas. Um trabalhador que ganha na faixa de R$ 4 mil a R$ 5 mil, isso vai significar quase um 14º salário. Essa é a economia que a pessoa vai ter ao longo de 12 meses, uma economia de quase um salário mensal. Isso é muito importante para uma famÃliaâ€, afirmou o ministro durante um evento na fábrica da montadora Toyota, em Sorocaba (SP).
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Mais cedo, em BrasÃlia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o envio do projeto de lei que trata da isenção.
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O texto, que agora será analisado pelo Congresso Nacional, zera o imposto de renda até R$ 5 mil e cria desconto parcial para aqueles que recebem entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, reduzindo o valor pago atualmente. Se aprovada pelos parlamentares, a medida entra em vigor no ano que vem.
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Se aprovado no Legislativo ainda este ano, quem ganha até R$ 5 mil por mês não vai mais pagar Imposto de Renda a partir de 2026. Hoje, a faixa de isenção vai até R$ 2.259,20. Além disso, o texto prevê desconto parcial para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil.
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Segundo a Receita Federal, 90% dos brasileiros que pagam Imposto de Renda (cerca de 90 milhões de cidadãos) estarão na faixa da isenção total ou parcial e 65% dos declarantes do IRPF (mais de 26 milhões) serão totalmente isentos. Trata-se da maior alteração na tabela do Imposto de Renda da história recente do Brasil.
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Serão 10 milhões de brasileiros beneficiados pela nova isenção do Imposto de Renda. Somando esse público aos 10 milhões já beneficiados pelas mudanças de 2023 e 2024, são 20 milhões de pessoas que deixam de pagar Imposto de Renda desde o inÃcio da atual gestão do Governo Federal, em 2023.
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O projeto prevê a tributação mÃnima para altas rendas e para dividendos do exterior. Para compensar a perda de receitas que o aumento da isenção trará, o governo irá propor um imposto mÃnimo de até 10% para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, o equivalente a R$ 600 mil por ano. A tributação mÃnima das altas rendas possibilitará uma ampliação de receita de R$ 25,22 bi, além de R$ 8,9 bi adicionais da tributação de 10% na remessa de dividendos para o exterior (apenas para domiciliados no exterior). Segundo Haddad, a proposta tem objetivo de alcançar a justiça social e tributária.
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“O que nós estamos fazendo é justamente justiça social. Você está cobrando 10%, que é o que a classe média paga de imposto de renda, e chega até 27,5%. Mas eu estou falando de pessoas que ganham R$ 5 mil, R$ 6 mil, R$ 7 mil reais. A alÃquota efetiva delas é de cerca de 10%, contra um super rico que não paga isso. E você está dizendo: ‘olha, super rico, você vai completar o que falta para 10%.’ É o começo de uma discussão que o Brasil vai ter que fazer durante muitos anos, de buscar justiça tributária. O grande mérito dessa proposta é que ela abre uma avenida para a gente discutir justiça tributáriaâ€, afirmou Haddad
"O que a imprensa deveria estar discutindo hoje é como nós, sendo uma das dez maiores economias do mundo, voltamos a ser uma das dez maiores economias do mundo, como nós figuramos entre as dez piores distribuições de renda do mundo. É isso que nós temos que explicar para a sociedade. O Brasil está entre os dez paÃses com pior distribuição de renda do mundoâ€.
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Segundo o ministro, a proposta foi bem recebida por deputados e senadores e o mercado reagiu bem, com aumento do Ãndice da Bolsa Valores e queda do dólar. Â
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Fonte: Brasil de Fato e Agência Brasil