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Na tarde desta sexta-feira (25/04), a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) foi palco de um importante seminário em defesa do fim da escala 6x1 e pela redução da jornada de trabalho no Brasil. O evento reuniu parlamentares, lideranças sindicais, representantes da sociedade civil e especialistas, marcando mais um passo na luta histórica por condições de trabalho mais humanas e equilibradas.
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O presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, participou da mesa de abertura, que abordou o tema "A história da luta pela redução da jornada de trabalho". Ao lado do escritor e historiador José Luiz Del Royo, da técnica do Dieese Fabiana Carla, do presidente da CUT-SP Raimundo Suzart e de João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, Patah destacou que o atual modelo de jornada, especialmente a escala 6x1, é incompatÃvel com os avanços sociais e tecnológicos do século XXI.
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“Os trabalhadores não podem continuar a sacrificar sua saúde fÃsica e mental em jornadas extensas e desgastantes. A redução da jornada é uma pauta civilizatória. É hora de o Brasil avançarâ€, afirmou Patah.
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A segunda mesa do seminário trouxe à tona "A realidade da escala 6x1 e a luta no Congresso Nacional", com relatos de casos concretos que evidenciam os impactos nocivos dessa jornada. Leozildo Aristaque Barros, presidente do Sindicato dos Comerciários de Franco da Rocha (SECFR), relatou a rotina exaustiva enfrentada por trabalhadores do setor de comércio e centros de distribuição, como o da Amazon.Â
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Outro ponto de destaque foi a fala do advogado Roberval Pedrosa, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de LaticÃnios e Alimentação (Stilasp), que relatou a greve recente dos funcionários da Pepsico, realizada em protesto contra a imposição da escala 6x1. “Foi uma mobilização legÃtima e necessária. Os trabalhadores disseram bastaâ€, declarou.
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Isabel Kraus dos Reis, diretora do Sindicato dos Comerciários de SP e o deputado federal Carlos Zarattini também participaram do encontro, reforçando o compromisso do legislativo com a pauta. Zarattini pontuou que o Congresso Nacional já tem sido pressionado pelos movimentos sindicais para debater e votar propostas que avancem na regulamentação de jornadas mais justas e modernas.
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O seminário na Alesp foi um marco importante na mobilização por dignidade e equilÃbrio na vida laboral. A proposta do fim da escala 6x1, além de resgatar o direito ao descanso e à convivência familiar, representa também a luta por uma sociedade mais justa, onde o tempo livre e a saúde dos trabalhadores sejam respeitados como parte fundamental do desenvolvimento.
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O evento deixou claro que essa é uma pauta unificada entre centrais sindicais e que, com articulação polÃtica, pressão popular e consciência coletiva, o Brasil pode – e deve – dar um passo rumo ao trabalho decente.
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Fonte: UGT